O aumento da infelicidade entre crianças e jovens e a relação disso com a câmera digital.

O aumento da infelicidade entre crianças e jovens e a relação disso com a câmera digital.

O aumento da infelicidade entre crianças e jovens e a relação disso com a câmera digital.

Setembro está aí para não nos deixar esquecer que tem muita gente entre nós precisando de ajuda, que está sofrendo calada e pensando que a vida não tem mais sentido. Sabemos que a pandemia agravou – e muito – os sintomas da depressão e que o número de crianças e adolescentes que se encontram neste quadro aumentou consideravelmente. Mas, por que será que os jovens têm experimentado tanta tristeza nos últimos anos, até mesmo antes da chegada da Covid – quando de fato sofreram muitas privações – , a ponto de pensarem em cometer suicídio?

O que ocorre é que “eles simplesmente não lembram que são felizes”. Esta é a conclusão de Daniel Kahneman, renomado psicólogo e economista comportamental, a partir dos seus estudos sobre o aumento da infelicidade entre crianças e jovens, justamente quando os índices sociais que medem o bem-estar da população apontam uma melhora substancial na qualidade de vida das pessoas.

Segundo ele, o problema se encontra no fato de que os jovens não têm mais acesso à principal fonte de memória que nos trazem um sentimento de pertencimento e gratidão por tudo o que temos e somos: o álbum de fotografia. As fotos trazem em seu contexto, lembranças de épocas felizes, nas quais somos cercados de pessoas que se importam com a gente, que fazem nos sentirmos amados e queridos. Com a falta do álbum e a chegada da câmera digital, com a qual não se cria o hábito de ficar revendo fotos, restariam para os jovens apenas os “nãos” que os pais costumam dar na educação e isso intensifica o sentimento de tristeza e de inadequação. Isso sem contar a enxurrada de postagens felizes que presenciam nas redes sociais, deixando a impressão de que somente os outros estão bem.

Agora, de que forma Kahneman pode afirmar que um jovem é realmente feliz mas não se lembra?

Simples, pois qualquer pessoa que esteja viva hoje é necessariamente feliz. Isso porque há uma comprovação científica de que o estresse aumenta proporcionalmente o nível de cortisol em nosso organismo e este é responsável por diminuir em 3 vezes o nosso sistema imunológico. Isso significa dizer que se fôssemos, por exemplo, 30% infelizes, esta seria a proporção de cortisol no sangue e nós não suportaríamos e morreríamos.

Diz-se que se estamos saudáveis, sem o acometimento de nenhuma doença, somos ao menos 95% felizes. E se não nos sentimos assim, é porque nos esquecemos disso.

Dentro dessa perspectiva, o que você tem feito para tornar a sua vida mais feliz e que seria digno de uma fotografia? Você sabia, por exemplo, que ao praticarmos um esporte, o nosso corpo libera a endorfina que é o hormônio associado ao prazer e a sensação de bem-estar, sendo muito eficiente no tratamento de doenças como a depressão e a ansiedade? Ou seja, além de estarmos cuidando da nossa saúde física, ao nos exercitarmos, estamos também cuidando do nosso emocional.

Falando especificamente sobre as artes marciais como o Kickboxing e o Krav Maga, além de melhorar a capacidade cardiovascular, fortalecendo o coração, aumentando a resistência física e prevenindo de doenças do sistema respiratório, a prática dessas atividades traz também, no campo mental, benefícios como a redução do estresse, o controle das emoções, a promoção de disciplina e o aumento da concentração e da autoestima.

Que a gente faça, então, boas escolhas no nosso dia a dia, de maneira que possamos nos sentir bem e dignos de uma vida plena e feliz! E não nos esqueçamos de fazer o registro fotográfico, IMPRESSO, de alguns destes momentos, que ajudam nossos filhos a se lembrarem que não nos faltam motivos para sorrir e agradecer!

 

Reflexão produzida por nossa aluna Kátia Bustamante, que é psicóloga, especialista em terapia de família e casal pela PUC-Rio, mediadora familiar e facilitadora de grupos.

(27)99949-4950
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CRP: 16/2956